Boa Vista (RR) – Em alusão ao Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado neste sábado (9), a Escola Municipal Cunhatã Curumim, localizada no bairro Buritis, lançou nesta sexta-feira (8) o projeto “Macunaimando na Educação Infantil: A Árvore do Conhecimento através dos Saberes Tradicionais e da Literatura Roraimense”. A iniciativa busca inserir e valorizar a cultura e a literatura indígena no ensino desde os primeiros anos.
Segundo a gestora da unidade, Rosângela dos Prazeres, a proposta está alinhada ao perfil da comunidade escolar. “A escola é de origem indígena. Essa temática está prevista no currículo. Temos muitas crianças indígenas e o projeto surgiu justamente para que possamos explorar e valorizar as diferentes etnias com os pequenos”, explicou.

📷 Foto: Andrezza Mariot/PMBV/2025 – SEM
O evento de abertura teve como destaque a contação de histórias da escritora, poeta e professora Sony Ferseck, que apresentou seu primeiro livro infantil, Susui. A obra destaca a importância da macaxeira na cultura dos povos originários, associando o alimento ao afeto e à transmissão de saberes ancestrais.
“Susui é uma homenagem às avós, às mulheres indígenas e à ‘Vovó Macaxeira’, que está presente no nosso dia a dia, seja no alimento, na bebida… A ideia é que as crianças reconheçam a importância dessas figuras que alimentam o corpo, o coração e a cultura”, afirmou Ferseck.
A apresentação emocionou o pequeno Antônio Lima, de 4 anos, que fez questão de relacionar a história à própria vivência. “Eu gostei muito da história da tia. Lembrei da minha avó, que mora em Pacaraima. Ela faz comidinha para mim”, contou.
Oficinas e Roda de Prosa

📷 Foto: Andrezza Mariot/PMBV/2025 – SEMUC
A programação seguiu à tarde com oficinas conduzidas por acadêmicos do curso de Licenciatura Intercultural da Universidade Federal de Roraima (UFRR), integrantes do PIBID Equidade. As atividades exploraram tintas, danças, grafismos e jogos, promovendo o aprendizado por meio da arte e do corpo.
O encerramento ficou a cargo do jornalista, escritor e produtor cultural Paulo Tadheu, que comandou a Roda de Prosa. O momento convidou os alunos a escrever, ouvir, pintar e sentir a cultura popular roraimense, fortalecendo o vínculo entre tradição oral e expressão artística.
O projeto, que se estenderá ao longo do semestre, integra ações pedagógicas e culturais que reforçam o papel da escola como espaço de preservação e difusão da herança indígena na capital.