Projeto de autoria do professor Reliton propõe conexão entre afeto e educação por meio do livro “A Parte Que Falta”, com apoio da SETRABES nas unidades de acolhimento.
“Viver sem ler é perigoso, te obriga a crer no que te dizem.” – Mafalda
Em uma sala repleta de livros e atenção, adolescentes acolhidos no Abrigo Masculino de Boa Vista vivenciaram uma experiência transformadora por meio da leitura.
No Dia das Mães, eles mergulharam na história do livro A Parte Que Falta, de Shel Silverstein, como parte das atividades do Projeto Jovem Leitor — uma iniciativa idealizada pelo professor Reliton e desenvolvida com o apoio institucional da Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social (SETRABES).
Leitura como ferramenta de reconstrução emocional
O projeto, que também está sendo desenvolvido no Abrigo Feminino e na Casa de Passagem, promove encontros literários com reflexões sobre afeto, pertencimento, identidade e vínculos familiares.
O livro escolhido, simples e simbólico, serviu como ponto de partida para conversas profundas sobre as ausências e presenças na vida de cada jovem.
As atividades incluíram leitura compartilhada, rodas de conversa e produção de mensagens reflexivas. Em cada palavra escrita, os adolescentes expressaram sentimentos de saudade, esperança e ressignificação.
Fala do idealizador
> “A ideia nasceu da convivência com os adolescentes e da percepção de que a leitura poderia abrir um espaço de escuta e expressão afetiva. Com o apoio da SETRABES, conseguimos transformar essa proposta em uma ação concreta dentro dos abrigos”, destaca o professor Reliton, autor e executor do projeto.
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O que é o livro “A Parte Que Falta”?
Simples, profundo e tocante. O livro “A Parte Que Falta”, de Shel Silverstein, é uma fábula moderna que usa formas geométricas e linguagem acessível para falar sobre afeto, incompletude e autoconhecimento.
A história acompanha um ser incompleto que parte em busca de sua “parte que falta”. Pelo caminho, ele aprende que nem sempre o que achamos que nos falta é o que realmente precisamos.
Sua simplicidade encanta, mas o simbolismo emociona: a busca por pertencimento, a aceitação das faltas e a reflexão sobre vínculos — temas que dialogam com a realidade dos adolescentes acolhidos.
Literatura que acolhe e empodera
A leitura funciona como uma ponte entre os sentimentos e o mundo. Além do conteúdo emocional, o projeto incentiva o hábito da leitura e promove o direito à cultura, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
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Por que projetos como o “Jovem Leitor” são essenciais em abrigos?
Mais do que ocupar o tempo, ações como o Projeto Jovem Leitor cumprem um papel essencial no desenvolvimento emocional, cognitivo e social dos adolescentes em acolhimento.
A leitura oferece um espaço seguro para refletir sobre a própria história, expressar sentimentos e reconstruir vínculos afetivos. Além disso, estimula a autoestima, o pensamento crítico e a escuta sensível.
É um ato de cuidado que combina educação, escuta e afeto — pilares fundamentais no processo de acolhimento.
Reconhecimento e expansão
Com apoio da SETRABES, por meio de suas equipes técnicas e da coordenação da SETRABES, o projeto tem se expandido e inspirado novas práticas nas unidades de acolhimento do estado.
A proposta valoriza o protagonismo pedagógico e emocional, fortalecendo a rede de proteção e cuidado em Roraima.