O Rio Negro, um dos maiores rios da bacia amazônica, entrou oficialmente em estado de alerta de cheia em Manaus (AM), conforme dados divulgados nesta semana pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). O nível do rio ultrapassou os 27,50 metros – cota considerada crítica – e segue subindo diariamente.
Com isso, comunidades ribeirinhas já começam a sentir os impactos das águas que avançam sobre ruas, casas e áreas de cultivo. De acordo com a Defesa Civil do Amazonas, mais de 144 mil pessoas estão sendo afetadas em todo o estado. Doze municípios já decretaram situação de emergência e outros 14 estão em alerta.
O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Francisco Máximo, afirmou que equipes estão em campo monitorando as áreas de risco. “Nosso objetivo é proteger vidas. Estamos atuando com medidas preventivas e de resposta rápida para minimizar os danos”, declarou.
Previsão preocupante
As projeções do SGB apontam que o nível do Rio Negro pode chegar a 28,68 metros até o final do ciclo de cheia, o que configuraria uma inundação severa. A cidade de Manaus e comunidades vizinhas podem reviver cenas da enchente histórica de 2021, que ultrapassou os 30 metros.
Enquanto isso, famílias começam a deixar suas casas, escolas interrompem aulas e comércios têm dificuldades para manter atividades normais nas áreas alagadas.
Mudanças climáticas e crise ambiental
Especialistas relacionam as cheias cada vez mais intensas à combinação entre fenômenos naturais e mudanças climáticas globais. O desmatamento, a ocupação desordenada do solo e o aquecimento das águas contribuem para ciclos hidrológicos mais extremos.
“A Amazônia está em alerta não apenas pelas enchentes, mas por um desequilíbrio ambiental crescente que exige políticas públicas urgentes”, alerta a geógrafa Lúcia Brandão, da Universidade Federal do Amazonas.
Solidariedade e mobilização
Campanhas de doações e mutirões estão sendo organizados por igrejas, ONGs e associações locais para arrecadação de alimentos, água potável e itens de higiene para as famílias afetadas.
A Defesa Civil reforça que a população deve acompanhar os boletins oficiais e evitar a permanência em áreas de risco.
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