Boa Vista (RR) – A Polícia Federal investiga a atuação de um grupo criminoso suspeito de fraudar benefícios assistenciais do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Roraima.
Entre os alvos da investigação, no âmbito da Operação Cessatio, estão o ex-delegado da Polícia Civil Marcello Renault, advogados e outros envolvidos.
Segundo a PF, o esquema consistia em fraudar o Benefício Assistencial à Pessoa Idosa (BPC-Loas), pago a cidadãos em situação de vulnerabilidade.
O grupo teria como principal alvo imigrantes venezuelanos, que eram aliciados e convencidos a assinar documentos para solicitação de benefícios irregulares.
Marcello Renault, que atualmente atua como advogado e é professor efetivo da Universidade Estadual de Roraima (UERR), tem um histórico de problemas legais: em 2012, foi exonerado da Polícia Civil acusado de corrupção e falsidade ideológica.
Na época, foi denunciado por negociar a liberdade de um agricultor em troca de bens materiais, como um motor de luz e uma motosserra.
A investigação aponta que Renault utilizava seu conhecimento técnico e influência para estruturar o esquema, facilitando a produção de documentos falsos e orientando a prática dos crimes.
Estima-se que o prejuízo causado aos cofres públicos supere R$ 10 milhões.
Até o momento, a Polícia Federal realiza diligências e levantamentos de dados, sem o cumprimento de mandados judiciais. A investigação segue em sigilo.
A reportagem do Roraima Press tentou contato com Marcello Renault, mas não obteve resposta até esta publicação.
Também procuramos a Universidade Estadual de Roraima (UERR) para saber se a instituição pretende se posicionar sobre a situação. O retorno ainda é aguardado.
A PF informou que novas medidas no âmbito da Operação Cessatio não estão descartadas.