Roraima vive hoje um momento de paradoxos. Ao mesmo tempo em que se colhe avanços importantes em educação, saúde e cidadania, há sombras que persistem — na segurança pública, na infraestrutura e no compromisso institucional com a ética. É justamente nessa encruzilhada que o estado se encontra neste final de abril de 2025.
A prisão recente de um sargento da Polícia Militar, acusado de integrar um grupo de extermínio, acende um alerta gravíssimo. A segurança pública não pode ser fragilizada por aqueles que, por dever e juramento, deveriam defendê-la. Este caso precisa ser tratado com total transparência, e o rigor da lei deve prevalecer — não apenas para punir, mas para restaurar a confiança da população nas forças que a protegem.
Enquanto isso, notícias como a reabertura de cursos gratuitos pela UFRR e pela Assembleia Legislativa mostram que há sementes de esperança sendo plantadas. Mais de 45 mil oportunidades de formação são uma promessa de mobilidade social — desde que haja estrutura, acompanhamento e, principalmente, políticas públicas que sustentem esse avanço para além de estatísticas e manchetes.
Na saúde, os dados que apontam queda nos casos de malária, com destaque para o uso de medicamentos inovadores como a tafenoquina, mostram que, quando a ciência é levada a sério, vidas são salvas. Contudo, o recente óbito por dengue em Pacaraima lembra que os desafios sanitários continuam vivos, e que a vigilância precisa ser constante.
O programa de regularização fundiária tem sido um marco para milhares de famílias que agora podem, enfim, chamar de seu aquilo que por décadas foi apenas “posse”. Dar nome, escritura e dignidade à terra é dar cidadania. Mas não podemos deixar que esse esforço se perca em disputas políticas ou morosidade burocrática.
Roraima é um estado que pulsa com juventude, diversidade e potencial. Mas também é um estado que sangra quando a corrupção, o descaso e a violência atravessam seu cotidiano. O futuro que queremos não virá por milagre — virá por ação, fiscalização e, sobretudo, pelo voto consciente.
Não há tempo a perder. Que cada cidadão roraimense — da capital ao interior, do estudante ao trabalhador, do gestor público ao agricultor — assuma seu papel nesse processo. Roraima precisa de compromisso. E o tempo de agir é agora.