Uma pesquisa recente do Instituto Ethos indica que os indígenas constituem 1% dos empregados nas grandes corporações do país, mas ocupam apenas 0,1% dos cargos de liderança. A iniciativa Chamada Elos da Amazônia 2024 – Edição Empreendedorismo Científico Indígena está recebendo inscrições, com o objetivo de fomentar o protagonismo indígena no ambiente empresarial.
A Chamada tem como objetivo identificar empreendedores indígenas que criam tecnologias inovadoras com base na biodiversidade amazônica. Outro objetivo é estimular negócios competitivos, economicamente viáveis, ecologicamente equilibrados e socialmente inclusivos.
O edital escolherá duas startups dirigidas por empreendedores indígenas autodeclarados, localizadas nos estados da Amazônia Ocidental (Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima) ou no Amapá, que tenham sido fundadas no máximo há cinco anos.
As sugestões devem evidenciar soluções tecnológicas que possam ser implementadas no mercado, podendo estar em estágios de protótipo, validação ou já em funcionamento no mercado. As candidaturas podem ser realizadas até o dia 24 de janeiro de 2025, exclusivamente através do site edital-elos-da-amazonia-2024.pdf
Esta edição reafirma o compromisso de apreciar o potencial dos povos indígenas, estimulando a criação de startups que não só honram, mas também se fundamentam no vasto patrimônio natural e cultural da Amazônia.
Para Carlos Koury, coordenador do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio) e diretor de Inovação em Bioeconomia do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia – IDESAM, a iniciativa é uma chance singular para os empreendedores indígenas demonstrarem sua habilidade de inovação e liderança no desenvolvimento sustentável.
Conforme informações do Edital de chamada da Elos da Amazônia além, do reconhecimento, os projetos escolhidos receberão assistência técnica para converter ideias em empreendimentos viáveis. Dentre as vantagens, destacam-se a preparação para a aplicação de recursos por meio de Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), a ligação com incubadoras e aceleradoras, além da possibilidade de participação no Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio).
Cada startup escolhida pelo edital receberá R$ 1 milhão, dos quais R$ 500 mil serão destinados ao PPBio para impulsionar o negócio e R$ 500 mil para a elaboração de um projeto tecnológico, que será realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT), com recursos da Embrapii.
“Tecnologia com DNA da Amazônia” O projeto tem o apoio do INDT, que incentiva o avanço de tecnologias de grande potencial de impacto. Os critérios de seleção dão preferência a propostas que estejam em sintonia com a sustentabilidade e o uso responsável dos recursos florestais. As tecnologias sugeridas podem englobar novos procedimentos, sistemas ou utilizações fundamentadas na biodiversidade da Amazônia.
Segundo as Instituições responsáveis pela criação da Chamada, ações como esta são essenciais para fomentar o empreendedorismo indígena, convertendo saber acadêmico e tradicional em soluções de mercado. Acreditamos que uma tecnologia pode emergir de qualquer fonte: de experiências práticas, conhecimentos tradicionais ou estudos em laboratório.
O diretor executivo do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT) de Manaus, Geraldo Feitoza, enfatiza a importância de prepará-la para o mercado e gerar renda para as comunidades indígenas.
O concurso é promovido pelo Idesam, pelo Programa Prioritário de Bioeconomia, pela agenda da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e pela INDT. Ainda há o suporte da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) na chamada.