Boa Vista (RR) – Após 15 anos de buscas, a Polícia Civil de Roraima prendeu, na manhã deste sábado (26), um feirante condenado por tentativa de homicídio em uma feira livre da capital. O crime, motivado por disputa de clientela, ocorreu em 2010, mas só agora o condenado foi localizado no bairro Nova Canaã, zona Oeste de Boa Vista.
Segundo informações da Delegacia de Capturas, o feirante, identificado como J. da S. M., hoje com 40 anos, estava foragido desde que foi condenado a 12 anos de reclusão pelo crime. Na época, ele se desentendeu com um concorrente durante a movimentação de clientes na feira do bairro São Vicente. A discussão evoluiu rapidamente, e J. sacou uma arma de fogo, disparando contra o rival, que sobreviveu após atendimento médico de emergência.
“O condenado vivia discretamente, trabalhando em atividades informais para evitar chamar a atenção. A prisão só foi possível após semanas de monitoramento”, explicou o delegado responsável pela ação, Ricardo Menezes.
De acordo com as investigações, o foragido usava documentos falsos para dificultar sua localização. Ele foi surpreendido em casa e não ofereceu resistência durante a prisão. Após os procedimentos legais, foi encaminhado à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, onde começará a cumprir sua pena.
A captura faz parte da operação “Justiça Presente”, criada para localizar foragidos com mandados de prisão em aberto em Roraima. “O recado é claro: o tempo pode passar, mas a justiça será feita”, afirmou o delegado.
Entenda o caso
O episódio que resultou na condenação de J. da S. M. expôs a intensa rivalidade entre feirantes pela disputa de espaço e clientela nas feiras de Boa Vista. Em depoimentos, testemunhas contaram que os ânimos estavam acirrados há semanas e que a briga fatal poderia ter sido evitada.
A vítima dos disparos sobreviveu, mas ficou com sequelas permanentes. Hoje, segundo amigos próximos, ainda enfrenta dificuldades para exercer seu trabalho de feirante.
Ação contínua
A Polícia Civil reforça que novas operações devem ocorrer ao longo do ano para dar cumprimento a mandados antigos. “Não importa o tempo decorrido, os crimes cometidos e os condenados não ficarão impunes”, concluiu Menezes.