Boa Vista (RR) – Em uma ação de fiscalização que reforça o compromisso com a proteção da fauna silvestre, o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, realizou na última quarta-feira, 30 de abril, uma diligência técnica no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), unidade do IBAMA localizada na capital.
A inspeção foi conduzida pelo promotor de Justiça Zedequias de Oliveira Júnior, que esteve no local acompanhado de sua equipe para verificar as condições estruturais, a destinação dos recursos aplicados e o bem-estar dos animais abrigados. O CETAS é responsável por acolher animais silvestres resgatados de situações de risco, tráfico ou maus-tratos, com foco na reabilitação e posterior reintegração ao habitat natural.
Atualmente, cerca de 250 animais estão sob os cuidados da unidade, incluindo jabutis, macacos, tamanduás e diversas espécies de aves. Segundo o chefe de serviço do CETAS, James Rodrigues de Souza, o centro recebe, anualmente, entre 1.500 e 2.000 animais.
“Já tivemos o caso de uma onça-pintada resgatada em situação crítica. Ela passou três meses em recuperação no CETAS antes de ser transferida para um programa especializado. Nosso maior objetivo é garantir que esses animais possam retornar à natureza. Aqueles que não têm condições de reintegração são encaminhados a criadouros autorizados, como o Bosque dos Papagaios e o 7º Batalhão de Infantaria de Selva”, explicou James.
Durante a visita, o promotor destacou melhorias em relação à última fiscalização realizada no local. “O que vimos aqui foi um avanço significativo. A estrutura está mais adequada, os animais estão sob cuidado técnico especializado, e há perspectivas de ampliação da unidade. Isso mostra que os recursos oriundos de Termos de Ajustamento de Conduta e penalidades ambientais estão sendo bem aplicados, em benefício direto da preservação ambiental”, afirmou Zedequias de Oliveira Júnior.
Além do suporte financeiro, o CETAS também conta com a atuação de prestadores de serviços comunitários, o que fortalece a manutenção das atividades do centro. Para o chefe da unidade, a presença do Ministério Público é fundamental para garantir a transparência da gestão.
“Essa parceria com o MPRR é essencial, tanto no apoio material quanto na fiscalização. Podemos mostrar à sociedade que o trabalho está sendo feito com responsabilidade e compromisso com a causa ambiental”, concluiu James.
A diligência reforça a importância da atuação conjunta entre instituições públicas na preservação da biodiversidade de Roraima, em um cenário onde o tráfico e os maus-tratos a animais silvestres ainda são desafios recorrentes na região.